O objetivo da missão inusitada é tentar erradicar a cobra-arbórea-marrom, uma espécie invasiva que vem trazendo prejuízos da casa dos milhões de dólares para a vida selvagem e para a indústria desde que chegaram a ilha há algumas décadas.
Essa foi a quarta e maior invasão dos roedores e faz parte de um programa americano de 8 milhões de dólares que foi aprovado em fevereiro e pretende exterminar as cobras para tentar salvar os pássaros nativos e exóticos que lhes servem de alimento.
Mas não é apenas a fauna que o governo tenta proteger. A base aérea de Andersen, local onde os animais foram soltos, é um grande complexo industrial que sofre frequentemente com a interrupção do fornecimento de energia elétrica por causa da invasão das cobras nas estações de energia. Cerca de 80 animais são encontrados todos os anos. O Interior Department estimou em 2005 que os ataques resultam em um gasto de 4 milhões de dólares para cobrir reparos e a perda da produtividade.
O governo já tentou diferentes maneiras de eliminar os répteis, que eles acreditam terem chegado à ilha a partir de um navio de carga sem inspeção na década de 1950. Armadilhas, cães farejadores e inspetores de caça ajudaram a controlar a população de cobras, mas os animais estão espalhados na ilha inteira. Acredita-se que exista dois milhões de répteis em Guam.
Para atrair a atenção dos répteis e aumentar a eficácia da missão, os ratinhos derrubados com pequenos paraquedas de papelão e papel de seda estão mortos. Mas eles carregam consigo uma substância que pode ser letal para as cobras: paracetamol.
Descobriu-se que as cobras-arbóreas-marrom são incrivelmente sensíveis a um dos compostos mais comuns dos remédios para dor. Se um desses répteis ingerir apenas 80 miligramas do princípio ativo, ele pode morrer. Essa quantidade equivale a um sexto de um comprimido comum, sendo que porcos, cães e outros animais desse porte precisariam se alimentar de 500 ratos com paracetamol para consumir uma dose letal.
Dessa maneira, os helicópteros sobrevoaram a área a uma pequena altitude e soltaram as iscas na base das regiões de floresta. Cada um dos ratos carrega uma pequena dose do medicamento. Para manter um controle da ação, alguns animais também estão equipados com transmissores de dados.
Fonte: NBC news e Mega Curioso
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