Publicado na última edição da Proceedings of the Royal Society B, o estudo ajuda a explicar como as renas do Ártico conseguem enxergar no escuro.
A parte do olho que muda de cor é o tapetum lucidum, vulgarmente conhecido como o “olho de gato”, localizado em uma região não pigmentada da retina. “No verão, a cor é dourada, e grande parte da luz é refletida diretamente através da retina. Já no inverno, é de um azul profundo e reflete menos a luz”, descreve Karl-Arne Stokkan e seus colegas da Universidade de Tromso, na Noruega.
Stokka pôde estudar as renas na própria universidade. Vários exemplares foram trazidos de manadas de uma região montanhosa e mantidos em grandes recintos abertos. Os investigadores estudaram seus olhos ao longo dos solstícios de inverno e verão.
O reflexo azul no inverno está associado a um aumento significativo da sensibilidade da retina. Ao dispersar a luz , ele obriga os olhos a trabalharem mais, aumentando assim sua sensibilidade. Contudo, não é um sistema perfeito.
“O aumento da sensibilidade ocorre em detrimento da redução da acuidade visual, mas pode ser uma adaptação importante para detectar predadores que se deslocam no escuro inverno do Ártico”, explicam os pesquisadores. Infelizmente, para as renas, sua carne é uma iguaria para todo tipo de carnívoros , incluindo alguns seres humanos.
Outro estudo, realizado no início deste ano na mesma universidade , descobriu que a carne de rena é uma das mais magras e saudáveis que existem. Ela tem aproximadamente o dobro da quantidade de nutrientes das carnes mais comuns,mas seu teor de gordura é comparável ao da carne de frango.
Pelo menos essa adaptação óptica, que mais parece obra do próprio Papai Noel, dá às renas uma chance de ver os predadores antes que eles as alcancem.
Fonte:Animal Planet
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